segunda-feira, 14 de setembro de 2009

leaving hope

... em três palavras talvez me poderia descrever agora... tristeza, frustração e destroço...

... abandonado de e pela esperança de algum dia ver concertado o que veio a ser quebrado ao longo dos anos...

... umas maiores, outras mais pequenas ou mero pó, até de pegar nesses cacos se perdeu a capacidade, a vontade, de colocá-los no lugar...

... peças que faltam, fissuras demasiado largas ou fundas, um estilhaço completo, colado a custo e a cuspo...

... e placidamente observou-se à desconstrução de algo em tempos visto como perfeito e inabalável, digno de admiração, servido como exemplo romântico de valores que tão bem cabem no sistema vigente, na moral aceite...

... sim, primeiro levou uma marretada, depois, lentamente, foi espezinhado com uma calma sádica disfarçada entre a tortura e o prazer de partir o que se (re)construía... demais, demasiadas vezes sem conta...

... no fim voltou tudo ao que era dantes, peças de desapareceram, outras que não encaixam ou que não se querem deixar encaixar...

... desolados e quiçá definitivamente resignados, ainda se olha, de forma atónita, as mãos sangradas de cacos cravados na carne e o pó acumulado por baixo das unhas...

... triste, por ter perdido tão belo ideal...

... frustrado, pelo falhanço rotundo na sua perseguição...

... destroço, por sentir que, afinal, a inevitabilidade acabou por se concretizar e as nuvens que, no fundo, já se vislumbravam no horizonte, acabaram por alcançar, tempestuosamente, o frágil equilíbrio do que ainda se vinha a segurar!...



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