sina

na (boa) ressaca do concerto de neil young e numa de boa disposição resolvi dirigir-me à mesa de uma moça que estava lá no festival a ler as palmas das mãos... enquanto aguardava a minha vez na fila que se havia formado tentava recordar-me da primeira vez que o tinha feito, à cerca de uns dois e tal anos atrás, numa feira espírita ali para cascais! lembrei-me também que tirei uma foto à minha aura, mas já não me recordo da interpretação que tiraram da mesma, apenas tenho a sensação que não a acharam particularmente vulgar!...
enfim, chegou a minha vez e iniciou-se a descoberta do meu futuro (?)...

SAÚDE

vou durar até lá para os 60 anos, mas aos 58 vou ter um "susto" grande, mas ao qual sobreviverei! primeiro espantei-me, irei durar tanto tempo?, o que confundiu a moça. ela voltou a explicar-me e eu fingi que não tinha percebido, e não expliquei o que diz dizer com o espanto, não valia a pena! agora a questão é se o sobreviver implica que irei viver com menor qualidade de vida... se assim fôr prefiro não viver ao sobreviver!...
um problema de saúde que já tenho há anos, muscular ou de ossos, vai me acompanhar para o resto da vida... hérnia discal é musculo ou osso, carne ou peixe... é alforreca... e saber que esta merda não me vai passar (ainda por cima estava com dores devido ao cansaço dos concerto) deixou-me um pouco aborrecido... tenho saudades de me poder mexer livremente sem pensar que vou estar a foder as costas, mas pronto quem me madou andar 15 anos aos saltos? quem disse que desporto dá saúde, hein!?
da outra vez também me disseram que ía viver imenso e já na altura me espantou, principalmente naquela altura onde ainda julgava que era uma estrela do rock e que morreria com 27 anos...

CORAÇÃO

anteriormente já me tinham dito, você em termos de amores deixaria 6 ou 7 homens felizes!, será? agora ouvi mais ou menos o mesmo com uma nuance... que tive (past tense) dois amores na minha vida, mas que um prevalecerá para a vida que me resta (o que é bom!) apesar dos vários risquinhos que dessa linha derivam ou a atravessam. a moça mostrou-se preocupada, mais que eu, pois levantou-me a mão e olhou a aliança... repliquei, posso ter uma relação aberta!, ela torceu o nariz, e a aliança é de quem me sulcou essa linha até ao fim dos meus dias! isso das relações abertas é para os nascidos na década de 80, eheheheh... pode haver excepções!, mais uma torcidela de nariz!

CARREIRA

vais fazer sempre o mesmo, argh!... - foi a minha vez de torcer o nariz, mas terás muita instabilidade, vejo que estarás sempre a saltar de um lado para o outro, de empresa ou de sítio. ora, sou engenheiro civil, é normal suponho! e depois não consigo realmente parar muito tempo no mesmo sítio, preciso de coisas novas, desafios e pessoas, para não me aborrecer... é verdade, sou assim no emprego e em muita coisa, so... shoot me!...
da outra vez disseram-me que ía ter uma boa carreira profissional e que não ia ter problemas financeiros, acrescentando à minha interrogação de se iria ter alguma recompensa por actividades extra-engenharia tipo escrita, e a moça disse-me que sim, alguma. na altura fiquei contente, mas não a levei muito a sério, tal como não levo a minha escrita!...

FELICIDADE

linha do sol, linha da felicidade... olhou de uma perspectiva, pôs a mão mais à luz, e disse com ar grave, ainda não tens a linha do sol, mas é normal, muita gente só a tem mais tarde, quando já há uma maior concretização dos objectivos de vida, a partir dos 40... ok, consigo viver com isso, realmente não me sinto concretizado, ainda me falta muita coisa, para mais sou um eterno insatisfeito, no entanto sei que tenho de trabalhar a este nível ainda muito e a partir de dentro de mim... para poder ser realmente feliz tenho de começar de dentro para fora!...

enfim, mais uma aventura no país das maravilhas, em resumo ainda me disse que a minha vida estava encaminhada, sem grande mudanças daqui para a frente, it's as good as it gets! agora é ver se consigo contrariar o destino, as coisas que são más na minha sina, ou se me vou deixar levar...

alive!08 (dia 3)

último dia do festival... e que dia veio este a ser! depois do Bob Dylan a outra razão fundamental que me levou ao passeio marítimo de alcântara foi o Neil Young e este sim, valeu pelos 3 dias e mais houvessem!... mas vamos por partes...

cheguei ainda de dias, mas já tarde para a primeira atracção que realmente me atraía... Róisín Murphy, a voz dos Moloko. esta sua aventura a solo navega pelo mesmo registo dançável da sua banda, recuperando inclusivamente músicas da mesma e portanto mais conhecidas, como por exemplo o "forever more". não sou connaisseur por aí além dos Moloko e muito menos dela, mas ouvi dizer bem e fui e... as minhas expectativas não saíram defraudadas!... mas a meio do concerto dela tive de me ausentar para poder assistir à lenda viva, ao ícon, à estrela maior do rock puro e duro de longos solos improvisados em guitarras eléctricas sujas... senhoras e senhores, um dos concertos da minha vida... NEIL YOUNG!!!

não, não sou um grande conhecedor da sua obra, apesar de já ouvir o unplugged dele há uns anos valentes (ainda guardo uma cópia em K7 pirata, vejam lá!), mas na verdade não foi preciso... a única coisa necessária no concerto dele era deixarmo-nos levar pela sua guitarra para o paraíso do rock genuíno, puro, perfeito... e não é rock n'roll, não, é rock... ROCK!!!
foi intenso & emocionante e quando digo emocionante foi ao ponto de me chegaram as lágrimas aos olhos e de querer ir a correr para os bastidores do palco e abraçá-lo no fim, agradecendo-lhe tudo o que fez pela música e tudo o que a sua música fez pelo mundo e pelos que têm o privilégio e a honra de o poder ouvir... obrigado Neil Young, tornaste-te num dos meus admirados e de hoje em diante a minha vida não será a mesma sem te ouvir e sem fazeres parte das minhas playlists favoritas!
não consegui arredar pé e deixou-me nas nuvens, tal como me havia acontecido no primeiro concerto de Pearl Jam a que assisti, depois de anos de espera!...

enfim, Gossip teve então de ficar para outras núpcias pois com o show deles ao mesmo tempo que o de Neil Young e de eu não conseguir arredar pé, mas tenho-me redimido de algum modo, ouvindo os seus registos com alguma assíduidade, de qualquer modo fiquei com pena de não ver a volumosa Beth Ditto a cantar o "standing in the way of control"... aposto que a turba se agitou bastante!... e será que ouve direito a strip? tenho de investigar!...

depois de Neil Young fui dar uma volta, beber uma cervejola (tás pouco gordo tás!), comer um churro com chocolate (vais ficar ainda mais gordo, vais!) e deixar que me lessem a sina na palma da mão (depois conto esta aventura noutro post!), depois de algum convívio com um grupo de pessoal do norte e mais duas moças... estava zen depois do concerto do Neil Young e estava a gozar bem o momento e à espera do Ben Harper & The Innocent Criminals para fechar a noite!

Bem, chegou o Ben enquanto eu já estava de palmas das mãos abertas para receber o meu futuro, ouvi de longe e depois, quando me despachei da fortune teller, fui lá para o meio, mas não muito, ouvir o concerto, mas não muito... enfim... aquilo não me estava a saber a absolutamente nada, estava a comer papel depois de ter comido uma bela e gostosa mousse de chocolate... Ben, desculpa lá, mas vou-me embora... depois de Neil Young não haveria mais ninguém naquela noite!

uma palavra só mais pelo festival em si e pela sua organização, tendo só mesmo duas coisas a apontar... Neil Young e Gossip ao mesmo tempo não se faz e deixarem parvos entrar e ainda por cima dar-lhes de beber também não deveria ser permitido... àquelas regras que agora aprecerem nos restaurantes de que não se devem servir bebidas a menores e a pessoas já alcoolizadas deveria-se acrescentar uma linha a dizer "não servir bebidas a quem não sabe beber ou comportar-se com álccol no sangue". de resto, tudo optimus!!!

alive!08 (dia 2)

segundo dia de festival, depois de um dia de trabalho em que me arrastei penosamente, começou, para mim, com o John Buttler Trio, depois de ter sabido que os Nouvelle Vague já não iam actuar devido ao cancelamento do seu vôo de Paris. e deixem-me que vos diga, que melhor maneira de começar a acabar o dia ouvindo a boa onda do John Buttler e seus pares!!! excelentes em palco, comunicativos e interventivos, o "what the fuck is happening with you MTV!?" foi brilhante, com o John a reclamar a falta de música, na verdadeira acepção da palavra, de que essa estação televisiva padece actualmente!

como nada me atraía no palco secundário resolvi ir jantar e dar uma voltinha pelo recinto enquanto ainda era de dia. muita oferta de restauração, uma amiga que já não via há uns dois anos, o Luís Represas carregando umas cervejas, e depois uma lojinhas de roupa catitas, resultado: fernando (3 t-shirts) - Rafaela (1 vestidinho). deve ter sido este o derradeiro ponto alto do segundo dia.

bob dylan... bob... meu, eu sei que não te conheço e que sei muito pouco de ti, mas não me deixaste outra alternativa que foi ver metado do concerto deitadinho no chão em frente a um ecrã! mas pronto, nem sei bem o que dizer do concerto dele, mas sinto que tê-lo visto fica bem no curriculum vitae de um qualquer melómano!... enfim, falta-lhe vitalidade, entusiasmo e transparecer um pouco de prazer naquilo que faz... eu sei que ele é um génio e um ícon e valeu acima de tudo por isso... "epah, e tal, até já vi Bob Dylan!..." - fica sempre bem dizer!...

o festival fechou então para mim com os Whitin Temptation... fui lá para a frente, queria ver a vocalista com estes meus olhos míopes sem o auxílio dos ecrãs e... foi isso... palco cheio de adereços e tal, guitarras e bateria a rugir, mas... pelo amor da santa, já não há pachorra que aguente e bem posso agradecer aos evanescence que criaram esta onda gó-gó melosa que desencaminhou estes moços do bom som que produziram nos primórdios da banda... depois de esperar por algo mais antigo aguentei mais duas música, mas já em visível sofrimento... já não vejo o amor daquela maneira, ele é muito mais cru, animal e vísceral nestes dias... aquele negro rosado já não lhe fica bem!...

alive!08 (dia 1)

longo caminho a percorrer desde o algarve até ao passeio marítimo de alcântara onde se realizou o festival optimus alive!08. acabei por ir aos 3 dias porque me compensava pagar pelo passe total ao invés do bilhete de dois dias e assim lá me vi "obrigado" a ir ao 1º dia, o que menos me interessava na realidade.

cheguei ao recinto por alturas dos Gogol Bordello, uma autêntica festa em palco, digna de qualquer arraial hippie onde os saltos, pulos e danças de movimentos desconexos imperam! são uma banda sui generis, mas no outro palco já estava a Peaches num DJ Set absolutamente contagiante... a mulher tem um ar louco e ainda bem! trajada à loucos anos 80 teve como ponto alto o "fuck the pain away" com ela em cima dos pratos a cantar e a dançar! quando ela meteu o "piece of me" da Britney Spears achei que tinha chegado o momento de partir e voltar ao palco principal para conhecer os The Hives enquanto os Hercules & Love Affair não substituíam a Peaches. aguentei umas poucas músicas dos suecos, o narcisismo do vocalista e o indie-rock epiléptico dos gajos cedo me mandou embora... não é mau de todo, mas não é definitivamente para ouvir todos os dias e de forma massiva... nãh, num dia de verão com boa disposição e alguma aceleração à mistura os gajos papam-se, caso contrário nem por isso! de volta ao palco secundário, que neste 1º dia para mim foi o principal, os H&LA foram recebidas por uma tenda praticamente cheia e cheia de vontade de dançar à moda das boggie nights dos anos 70... baixo (tocado por um luso-descendente), bateria, teclas/dj, sopros e duas vozes femininas, a Kim e a Nomi, esta última muito digna de se ver e que muito agradou à facção masculina da audiência. todos aguardavam o hit-single da banda, o "blind" que originalmente é cantado pelo Antony dos Antony & The Johnsons, mas a Nomi tomou as despesas da casa e esteve à altura e mulher por mulher prefiro uma verdadeira a uma drag-queen... eheheheh, não tou a ser mauzinho, é um facto que o Antony quando foi descoberto pelo Lou Reed era uma drag-queen nuns bares em NYC.
finalmente, de volta ao palco principal para ver os muy aguardados e aclamados Rage Against The Machine, de volta às lides desde 2007 e após o terminus abrupto da aventura nos Audioslave com Chris Cornell nas vezes do Zack de La Rocha. é feeling meu, mas não só, que o tempo deles já acabou apesar de estarmos numa altura em que a intervenção ainda é muito necessária, mas em termos musicais aqulo é muito "mais do mesmo"... apesar de ser fã e de respeitar o trabalho deles, nunca consegui ouvir um álbum deles de seguida, sempre me cansou bastante, e agora aconteceu o mesmo no concerto, ainda vi uma horinha, mas o cansaço, o tédio e a vontade de esmurrar um gajo bêbado, coxo e parvo (cuja condição é agravada pelo primeiro estado) fez-me ir embora prematuramente... amanhã é dia de trabalho e ainda tenho mais dois dias de festival pela frente!

tattoo

... now, that's what i call a...
... fucking tattoo!!!
... & it doesn't get better than that!...

raio x

... that's what i look like...
... ugly...
... on the inside too!...